O Engenheiro de Alimentos e a busca por novos produtos
Você vai ao supermercado e compra um congelado. Chega em casa e: surpresa! O alimento não está lá essas coisas. Pode ter havido descongelamento na hora de transportar a carga, problemas de armazenagem ou outras inúmeras hipóteses de falhas. O fato é que, em cada etapa, desde a produção até o consumo, há engenheiros de alimentos envolvidos. E são eles, junto de profissionais da química, biologia, nutrição, que podem melhorar a qualidade do produto industrializado que chega à sua mesa.
“Os produtos brasileiros têm muito a serem aperfeiçoados. Muitos ainda têm aquele gosto de produto congelado ou problemas na textura, que ocorrem por causa do tipo de congelamento”, diz Adilma Regina Pippa Scamparini, que coordena a câmara da modalidade de engenharia química do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) de São Paulo.
“Essa é uma profissão extremamente valorizada. É muito bacana o que se pode fazer. O profissional pode trabalhar em diversas áreas e a carreira é muito dinâmica”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros de Alimentos (Abea), Rogério Andrada.
- Perfil profissional
Para trabalhar, o pré-requisito é ser filiado ao Crea. De acordo com o conselho, o piso salarial recomendado é o de seis salários mínimos, que equivalem atualmente a R$ 2.280.
- Áreas promissoras
De acordo com Adilma, uma das áreas aquecidas é a de marketing, que compreende, por exemplo, a avaliação das impressões dos consumidores sobre os produtos. “Também há muito espaço para desenvolvimento de novos produtos. O que é importado da Europa precisa ser adaptado para a realidade brasileira”, afirma.
Apostas para o futuro são a pesquisa de novos produtos a partir da biotecnologia. O nome parece estranho, mas a atividade está se tornando bem conhecida: xampus com aroma de chocolate são um exemplo.
Outra área que despontou com a globalização foi a de logística. “As panificadoras pequenas, estão desaparecendo. É o supermercado que passou a concentrar a indústria de pães”, exemplifica Adilma. Segundo ela, outros tipos de profissionais necessários são os que trabalham com a higiene da linha de produção, com o cuidado dos resíduos e com a procura de novas embalagens menos agressivas ao meio ambiente.
No país, os mercados têm suas diferenças regionais. No Nordeste, por exemplo, a produção de carnes tem destaque; no Sul, frango e cereais, por exemplo. Mas, de acordo com a conselheira, o que as empresas procuram é apenas uma coisa: técnicos bem formados.
0 comentários:
Postar um comentário